O Auditório da Assembleia Municipal (AM) de Vila Nova de Gaia acolheu, no sábado, 27, uma sessão evocativa a Álvaro Ferreira Alves. A iniciativa aconteceu depois de a CDU ter proposto, em Novembro, que o município homenageasse aquele que foi um «médico inovador» e «um cidadão exemplar», num momento em que passavam cem anos do seu nascimento (1915/1992), explicou, na ocasião, Paula Baptista, eleito do PCP na AM.

Este foi o primeiro dos actos públicos previstos, em que se incluem uma exposição itinerante, a edição de uma brochura evocativa e uma sessão sobre a sua actividade científica e profissional.

Na iniciativa intervieram ainda o presidente da AM, o vereador da Cultura, os representantes dos grupos municipais do CDS, do «Juntos por Gaia», do PS e da CDU, esta pela voz de Paula Baptista, que fundamentou a proposta apresentada.

Jorge Sarabando, em nome da comissão organizadora das comemorações, referiu que a Álvaro Ferreira Alves, cidadão insigne de Gaia, «se devem progressos notáveis na ciência médica», com «a criação do chamado “método português”, técnica inovadora, mais simples, económica e menos violenta, para tratamentos de escolioses e cifoses, que são deformidades da coluna vertebral».

Valorizou ainda a «generosa dádiva ao serviço público» de Álvaro Ferreira Alves, que doou ao Estado o Sanatório Marítimo do Norte, onde hoje funciona o Centro de Reabilitação Física do Norte, assim como a sua «cidadania activa de dezenas de anos, exemplar, sem mácula». Falava de «um activo resistente antifascista» que, depois do 25 de Abril de 1974, «participou com entusiástico na construção e defesa da democracia» e «foi membro da AM de Gaia em três mandatos, entre 1979 e 1989, integrando as listas da APU e, depois, da CDU».

Pouco tempo antes do fim da sua vida, Álvaro Ferreira Alves inscreveu-se no PCP. «Quis levar, na despedida, a bandeira vermelha, que na história da humanidade, no caldeio de lutas emancipadoras, tem sido bandeira de ideais e sonhos de liberdade e de libertação», sublinhou Jorge Sarabando.